segunda-feira, 12 de outubro de 2009


Ao conversar com submissas e submissos sobre suas vidas e relacionamentos, a causa mais freqüente de tristeza e dificuldade que é mencionada é a transição de um relacionamento D/s ‘não sob o mesmo teto’, para uma relação ‘ full time sob o mesmo teto’. Relacionamentos que pareciam funcionar perfeitamente quando limitado ao cyber espaço, aos chat rooms, e-mail e telefone, subitamente tornam-se instáveis e confusos quando duas pessoas do meio sadomasoquista começam a viver juntos em um tipo de parceria mais intensa e exigente. Há uma série de razões pelas quais isso acontece com tal freqüência. O espaço virtual te ensina que Dominar e submeter-se são coisas fáceis e quase sempre prazerosas. Tudo que você necessita fazer pra ser uma Dominadora virtual muito popular e admirada é saber quando dizer aquelas frases agradáveis. Mesmo eu, uma pessoa sem qualquer desejo de dominar virtualmente, poderia facilmente, ao assumir uma personalidade falsa on line, ter um enorme estábulo de submissas virtuais desmaiando por mim e brigando por minha atenção. Simplesmente porque eu sei quais as palavras certas a serem usadas. Submissas que só recentemente descobriram ou decidiram assumir sua sexualidade estão, via de regra, tão necessitadas de controle sexual e emocional, controle de qualquer tipo, que elas vão facilmente cair se você assume um comportamento severa e forte na presença virtual delas, e dá aqueles tipos de ordens sob os quais você lê na pornografia sadomasoquista. Assim, em público, se você repete todos os clichês aceitos pela comunidade sadomasoquista como alta sabedoria (é muito fácil aprender quais são: Você sabe, “besteiras” como São, Seguro e Consensual e “Os melhores tops começaram como bottons” e passa a repeti-los como papagaios) você alcançará uma reputação como Sado respeitável e (cof cof) amável Dominadora. Um exemplo da cena. É incrivelmente fácil dominar alguém à distância. Na verdade é tão fácil que muitos homens e mulheres que não são verdadeiramente dominantes, descobriram que se eles encenam essa farsa, eles podem ter tantas escravas e escravos virtuais casuais quantas queiram. O problema acontece é quando esses tais Dominadores começam, como frequentemente fazem, a acreditar em sua própria propaganda. E começam a considerar-se como sendo super Doms e Dommes, ainda que eles nunca tenham tido qualquer experiência em controlar qualquer pessoa na vida real. Tal super bobalhão, ou desculpe-me, super Dom, pensa que dominar alguém realmente na vida real é idêntico à encenação fantasiosa virtualmente sem qualquer esforço que ele leva à cabo online ou ao telefone. Assim, considerando-se como sendo eminentemente qualificado, ele ordena que alguma pobre apaixonada submissa deixe sua casa e vá morar com ele. Quando ambos, ele e sua crédula parceira, são forçados a lidar com a realidade da Dominação e submissão, o desastre começa. Na realidade dominar alguém que vive com você requer muito, muito mais de você do que a habilidade de criar uma fantasia sexy numa tela de computador, ou de assumir um tom severo, distribuir comandos pelo telefone ou por e-mail, para ums submissos part time, sempre obedientes e obsequiosas, que passa a maior parte de sua vida em grande parte independente, sem você. Muito poucas pessoas na realidade possuem o necessário para serem Dominadores bem sucedidos. E Dominadores reais são na realidade muito raros. Já que tem muito mais gente que deseja dominar alguém sadomasoquisticamente do que pessoas que tem a habilidade de fazê-lo bem. Dominar alguém full time e em pessoa requer muito trabalho difícil da parte do Dominador. Um Dominador bem sucedido faz esse trabalho difícil porque a recompensa pra ele compensa. Esse trabalho também requer informação, até mesmo sabedoria, sobre o que ambos (Dominador e submissa) tem que fazer para que esse tipo de relacionamento funcione. Isso, no presente, não existe na comunidade S&M, cheia de fantasias, nem em seus materiais escritos. Por exemplo, dominar uma submissa ou submisso profundos e necessitados bem (em outras palavras, de maneira que assegure que ambos estarão felizes e satisfeitos) – mesmo uma submissa ou submisso altamentes motivados, sinceros e obedientes – requer uma habilidade para lidar com numerosos fricotes, resistências e confusões dirigidas ao parceiro dos submissos, especialmente durante os primeiros anos de convivência dentro do relacionamento. Mesmo os mais profundos submissos tem tremendas dificuldades – de início – em aprender a obedecer e se submeter, porque aprender a ser uma boa submissa ou submisso não é uma questão de personalidade ou de força de vontade (ainda que essas coisas ajudem). Não é uma questão de ser “suficientemente submissa”. É totalmente uma questão de treinamento e experiência. A mais obsequiosa e obediente submissa não nasceu sabendo instintivamente como servir ou como colocar as necessidades de seu Dono ou Dona em primeiro lugar. Na realidade, ela é ensinada desde a infância a ser independente e a ter iniciativa. Superar um condicionamento cultural de toda a sua vida leva muito tempo; e nada na representação de fantasia que as pessoas fazem online ou no telefone as prepara para as dificuldades da verdadeira obediência na vida real, em cárater diário. A única maneira pela qual os submissos aprende a ser uma bom submisso é através de extensa prática, ao cometer erros e aprender com eles, expressando o que não está indo bem, com uma Dominadora que é conhecedora e paciente, e através da assistência extensa e informada de seu parceiro dominante.
Abaixo estão descrições de algumas das qualificações mínimas que um Dominador ou Dominadora que esperam ser bem sucedidos num relacionamento de intercâmbio de poder tem que ter. Não há aqui a intenção da completude, mas tão somente de municiar você com algumas das qualidades mais importantes a serem procuradas num parceiro dominador em potencial.

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Dominação e Submissão:

Dominação e submissão são práticas diretamente ligadas ao sadomasoquismo e fazem parte do acrônimo BDSM (bondage, dominação, sadismo e masoquismo).Esse tipo de comportamento pode ser classificado como parafilia por algumas pessoas. Também conhecido como D/S , é a forma de se denominar uma relação desigual estabelecida entre duas pessoas, onde todo o poder é dado ao dominante e cabe a parte submissa obedecer por livre e expontânea vontade, realizando tarefas e obedecendo ordens que podem ou não ter conotação sexual.

Relação D/s:

Dentro da relação Dominador(a)/submisso(a), o sadismo, o masoquismo e mesmo o sexo podem existir, não sendo necessariamente os ingredientes principais da relação, que se baseia no prazer de se doar pelo submisso(a) e no de comandar pelo(a) dominante, sendo muito comum que essa relação seja apenas virtual no início até que haja confiança e segurança para que haja um encontro real.

Rituais e Praticas:

Existem vários rituais popularizados pela literatura existente sobre dominação e submissão, como o ato de colocar uma coleira no submisso(a) simbolizando a auto-entrega e fazendo uma alusão ao cachorro por ser um animal dócil e fiel ao seu dono. Existe o uso de contratos que determinam os direitos e deveres da parte submissa, contendo também os limites que não podem ser ultrapassados pela parte dominante. Existe a convenção de que se deve praticar o D/S dentro do contexto SSC (sadio, seguro e consensual) e do bom senso para evitar que as fantasias saiam do controle e prejudiquem a vida pública dos envolvido, causando consequências mais sérias.
É comum no D/s , que o dominador(a) dite os detalhes e os afazeres do dia do seu submisso(a), que no caso de falha deverá ser punido de alguma forma. O [[Spanking]] é uma das formas de punição, sendo muito usada nos "jogos" D/s. Além do spanking, outras atividades mais lúdicas como o [[petplay]], ou as mais físicas como a podolatria ou as de privação de sentidos e de movimentos como cordas, vendas e mordaças pode ser usada para humilhar e castigar o submisso(a). Cremes, Gelo, cera quente de velas e substâncias mentoladas também são utilizadas para amplificar os sentidos nas relações mais físicas também chamadas de "sessões". Vários artefatos podem ser usados com os mesmos intuitos como objetos de tortura física e sexual, sempre dentro das normas de segurança e bom senso.
A tortura mental é desaconselhável, por haver possibilidade de causar traumas e problemas psicológicos ao submisso. O submisso(a) que por sua vez não deve incentivar nem pressionar o seu dominador(a) a transgredir seus limites na insatisfação dos castigos e humilhações impostos. Algumas pessoas tem fantasias de sofrerem chantagens, e acabam misturando essas com os jogos D/s. As chantagens reais não são consensuais e são desaconselháveis, inclusive por serem um ato ilícito passível de punição penal.
O D/s deve ser visto como um jogo erótico de adultos, podendo ser praticado em situação que invadem o cotidiano dos relacionados. Existe a prática do 24/7 (24 horas por dia e 7 dias por semana)onde o indivíduo submisso deve ser controlado nos mínimos detalhes do seu dia, desde a roupa que veste até as coisas que come, fala e faz durante o dia.

Diferença entre D/s e SM

Existem divergêncas entre os praticantes quanto a tentivas de classificar as relações como D/s ou SM, sendo um dos fatores que contribuiu para o uso do termo BDSM, por ser mais genérico. A relação D/s diferente da SM, tende a ser mais romântica de uma certa forma por envolver supostamente mais sentimentos entre dominante e dominado podendo eventualmente se tranformar em relações muito profundas. Contudo o romantismo nesse tipo de relação não é uma unanimidade entre os praticantes. As pessoas que optam pela submissão na relação D/s, supostamente se diferenciam dos que se denominam escravos(as) pelo fato de haver mais sentimentos em relação ao dominador(a). Os escravos(as) seriam mais propensos a se importarem apenas com o prazer físico imposto pelos castigos e estariam mais ligados ao SM do que ao D/s